O estereótipo DO chinês

Gosto de estereótipos!
Em minha defesa desvendo que o fragmento de memória fabricado no início dos anos 90 da personagem principal do Zás Trás terá tido a sua cota de influência no tema que surge em tópico. Passo também a comunicar que apenas me surgiu a personificação deste boneco falante por uma vez numa qualquer fila de supermercado, o que revela o verdadeiro perigo destas crenças cognitivas… é fácil comprovar que são falsas.

Comecemos então pelo estereótipo mais evidente, o da aparência. Na sua maioria, os chineses são brancos, magros e baixos. É certo que duas das características encontram eco nestas ideias generalistas e infundadas, mas o aspecto alvo poderá constituir surpresa (nota: ter especial atenção no supermercado ou não vá agarrar num daqueles bem sucedidos gel duche com substâncias branqueadoras). Já a magreza, que de acordo com o dito estereótipo seria óbvia, passa a ser desconcertante. A denominada gastronomia agridoce asiática parece ter deixado cair o sabor amargo que se viu subjugado ao picante. A comida macaense é “spicydoce”! As refeições são bombas calóricas enviadas sem misericórdia para o organismo às quais os chineses parecem ser imunes. Um facto a que não serão totalmente alheios o acto de beber chá e o desporto, ambos praticados em dose extra. Quanto à altura, não tenho nada a dizer, são baixos, ponto.

Passemos a outro nível, o das atitudes e comportamentos. Neste campo, confesso, apenas a ideia de que se trataria de um povo submisso impedia que a minha crença fosse uma tábua rasa – afinal os estereótipos também são superficiais! O que acreditava ser submissão poderá ser cordialidade/vontade de não agredir o outro (não significa que o seja). Não esperem que um chinês diga que erraram em algo ou que responda não. Tudo está Ok e é aceite, mas pode-se sempre fazer uma nova versão do que estava Ok ou esperar eternamente pelos actos que seguiriam a palavra sim, quando ela significa não. Talvez o primeiro rascunho de assertividade tenha génese na China.

Antes de avançar mais, uma pequena ressalva: as culturas não são comparáveis, mas isso não impede que se sintam as diferenças.

Posto isto, alguns dos hábitos dos chineses que me fizeram enrubescer de espanto e embaraço passam pelo escarrar constante e a libertação de gases em locais públicos. Aparte destas libertações corporais… são devotos, dedicados à família e valorizam as tradições.


Vejamos o exemplo da comemoração do Ano Novo Chinês, os feriados mais importantes no calendário. O Ano Novo ocidental festeja-se sempre no mesmo dia, contam-se de forma decrescente os segundos até chegar o momento de abrir o espumante/champanhe, comem-se passas, usa-se roupa íntima azul e grita-se Feliz Ano Novo. Já os habitantes do outrora denominado Império do Meio têm uma data flutuante para comemorar a entrada num novo Signo (este ano coube a graça ao Coelho), os festejos duram por vários dias, na primeira noite ruma-se ao templo, ora-se, queima-se incenso, detonam-se pachões para afastar os maus espíritos, oferece-se lai si (lucky money) em envelopes vermelhos a crianças, solteiros e colaboradores (check!), cozinha-se para a família e para os deuses, comem-se bolos de arroz, cola-se Tau Fu (dizeres auspiciosos) nas entradas das moradias, assiste-se à dança do leão e diz-se Kung Hei Fat Choi.  

Comentários

  1. Chineses baixos, comilões, assertivos, desportitas e bebem chá em doses cavalares!! Será isto um estéreotipo?! :p
    Adorei sentir um pouco do oriente aqui tão perto. Beijocas grandes e vai dando notícias "made in china" :)

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