Arts & People

Bem-vindos ao roteiro cultural de Macau!

Para iniciar a viagem proponho que conheçamos os nossos anfitriões: Casinos, Centro Cultural de Macau, Casa Garden e a rua.

Com uma forte vertente de entretenimento é nos casinos que encontramos a maior parte de espectáculos durante o ano. No Venetian podemos ver o espectáculo residente do Cirque du Soleil (Zaia) e no concorrente City of Dreams o The House of the Dancing Water, por exemplo.

O mês de Maio traz uma lufada de ar: o Macao Arts Festival. Hip Hip Hurra! Com espectáculos para quase todos os gostos e carteiras acaba por ser um encontro mensal dos portugueses aqui residentes. Da panóplia de actuações quase diárias (é claro que não fui nem a 1/4) destaco o sapateado argentino dos Pampa Furiosa Ballet d‘Argentine. Durante 01h30m brindaram a audiência com che… malambô! numa demonstração de puro talento realçado por uma coreografia inteligível e um jogo de luzes fantástico. Aqueles senhores são executantes exímios. Com a beleza do espectáculo conseguiram que a audiência se rendesse de pé numa das ovações mais entusiastas e merecidas em que já estive presente. Bravo!

A Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo trouxe o espectáculo menos arriscado - Amar Amália. Sobre a actuação da companhia nacional distingo apenas o nível dos artistas, que deixa a quilómetros de distância os colegas da Motionhouse e da Mayumana. As duas últimas companhias, no entanto, trouxeram as novas tecnologias e a mistura de várias artes performativas. Foram mais originais e em algumas partes até audazes. Porém, a fórmula tornava-se repetitiva no Scattered da Motionhouse e descontínua no Momentum da Mayumana, deu-me a sensação de ser um espectáculo avulso protegido sobre a temática do tempo na forma de duas clepsidras sempre em cena, mas em que se acabava por esquecer que o tempo era o fio condutor.

O festival de artes também passou pela rua. Foi na Praça Iao Hon que vi os simpáticos Zic Zazou e a sua criação de som com objectos mais ou menos do quotidiano, na única audiência em que os orientais batiam aos pontos os ocidentais (estes preferiram pagar entre 80 e 120 MOP para os verem numa sala fechada - estou a ser injusta, o cartaz só dizia que ia ser uma mostra de espectáculos ao ar livre – quem pagou bilhete foi iludido).

Zic Zazou, La Brocante Sonore - Praça Iao Hon


Maio é animado por estes lados. No dia 10 celebrou-se o dia do Buda. Num feriado só para alguns brinda-se ao monge que salvou Macau de uma praga, crédito que partilha com a figura mítica do dragão. Como resultado um festival de cor, movimento e som. Homens e mulheres, novos e velhos participam no cortejo trôpego que percorre os principais lugares do território. Reza a lenda que na meta são raros os que se aguentam em pé tal o empenho em encarnar a personagem do dragão bêbado. Não sei, não estive na meta! Apenas cambaleavam um pouco quando voltaram ao templo de A-Má para o regozijo dos fotógrafos e curiosos.

Drunken Dragon Festival


Parede de fotógrafos - Templo de A-Má 

Neste fim-de-semana está a decorrer o Dragon Boat Festival que culmina nas corridas de barcos (não sei se vou ter coragem para me levantar cedo no feriado e ir espreitar o último dia).

Ainda durante o mês de Junho e até Julho a Casa de Portugal continua a apresentar “Amores Sublimes”, um ciclo de cinema dedicado aos grandes clássicos. É gratuito e temos direito a um explicativo breve que, acreditem, nos faz (re)ver o filme com outros olhos. Boa iniciativa, má divulgação.

E para terminar o nosso itinerário resta-me escrever sobre os concertos. A orquestra de Macau dá concertos regulares e em conta, o pior é que nunca aponto na agenda e ainda não fui ver nenhum. Tristemente, neste campo o cenário é tão negro que só conseguiu ser rasgado pelo concerto de Rodrigo Leão & Cinema Ensemble. A estes artistas só tenho uma palavra a dizer – OBRIGADA!


Rodrigo Leão & Cinema Ensemble - Centro Cultural de Macau







Comentários

  1. Gostei! Acho que vou passar por aqui mais vezes ;)

    ResponderEliminar
  2. Obrigada, Joana ;) Espero que esteja tudo bem contigo! Kiss

    ResponderEliminar
  3. Olá,
    Eu chamo-me Ana Fernandes e sou a produtora do Teatro Bruto. Ganhámos um concurso da Dgartes (do governo português) para irmos apresentar o nosso espectáculo "CANIL" de Valter Hugo Mãe a Macau. O problema é que estamos a ter dificuldade a contactar algumas instituições e até mesmo conhecer os melhores sítios para nos acolher, mesmo que sejam underground, pois não conhecemos Macau nem ninguém aí, um dos problemas é que temos datas para respeitar que não estão longe.
    Envio esta mensagem na esperança que nos possa ajudar e fica aqui o nosso link do site e o nosso contacto de email:
    www.teatrobruto.com
    teatrobruto@gmail.com

    Muito obrigada pela atenção,
    Atentamente
    Ana Fernandes

    ResponderEliminar

Enviar um comentário